Rewind :: Silent Hill 2



Em 1999 quando a KONAMI lançou sua obra de Survival-Horror no mercado, muitas pessoas simplesmente tachavam o jogo como uma cópia de Resident-Evil. Mero engano meus caros, Silent Hill trouxe para os consoles um gênero que só era visto em filmes e livros, e apresentou todo um universo que renderia ótimas histórias, mas saberia a KONAMI aproveita-lo da maneira correta na geração que estava por vir ?

A resposta para essa simplória pergunta é Sim, e o resultado é justamente Silent Hill 2, título que dá continuidade a série, mas que não apresenta nenhuma ligação com seu antecedente a não ser o motivo pelo qual a franquia existe, Silent Hill, a cidade que dá nome ao jogo, e será ele que relembraremos aqui e agora.


Quando a KONAMI percebeu a mina d'ouro que tinha em mãos ela não demorou tanto a iniciar o desenvolvimento de uma sequência. Porém seus desenvolvedores não se deram ao luxo de criar uma continuação porca, como geralmente acontece em alguns jogos, e prestaram suas devidas atenções em cada detalhe, deixando a experiência ainda mais perturbadora e impressionante!

Enrendo
O jogo segue James Suderland, um cidadão americano pacato e tranquilo. Seu trabalho era ser vendedor, isso o manteve durante anos ao lado de sua querida esposa, Marry. Anos atrás James e Marry visitaram a pequena Silent Hill e viram no lugar, algo de especial, a acharam um bom lugar para se formar uma família. James e Marry passaram a juntar dinheiro para que pudessem comprar uma casa em Silent Hill, e iniciar uma nova vida no lugar.

Porém, James descobre que Marry sofre de uma doença incurável, e que nenhum médico ou tratamento pôde descobrir ou curar. James tentou de todas as maneiras curar sua amada, mas inevitavelmente a morte viria um dia. Marry passou três anos em uma sala de hospital, raramente James ia visita-la, visto que ela apresentava uma extrema violência ao ve-lo. Marry então passou a escrever cartas para James, dizendo que em seus mais profundos sonhos desejava viver com ele em Silent Hill algum dia.





Marry acabou morrendo. Era inevitável, James sabia disso! Mas mesmo assim, ele se culpava por algo, e passou a ser uma pessoa depressiva e conturbada, via nas bebidas alcoólicas uma maneira de esquecer os piores momentos ao lado da sua amada. Mas, certo dia James recebe uma carta, que tinha em seu conteúdo um pedido vindo de sua falecida esposa...será que Marry esta realmente viva ? Se não, como quem seja lá que escreveu a carta, sabe sobre o tal "Lugar Especial" dos dois ? Bem, resta averiguar.

Gráficos: 5\5
SH2 teve um ótimo cuidado se tratando de gráficos. A equipe de desenvolvimento utilizou os últimos recursos de modelagem da época para criar uma ambientação totalmente imersiva e aterrorizadora. Cada objeto de cenário teve seu devido cuidado, assim como os personagens e suas animações, deixando o jogo no mesmo patamar de sua primeira aparição em 1999, onde seu maior diferencial era o fato de o jogo ser totalmente tridimensional, diferente de sua contra parte com zumbis, que utilizava cenários pré-renderizados com personagens e objetos em 3D.
O cuidado que a KONAMI teve com o título é perceptível ao obter e ligar a lanterna: as sombras de objetos refletem e se movem de acordo com a posição da luz no ambiente. A água é bem realista, mas nada ao nível do que foi apresentado anos mais tarde na Source por exemplo. 
Em suma, graficamente falando, SH2 têm um dos visuais mais bonitos da geração 128bits, e é superado em seu relançamento em HD, lançada recentemente para os consoles PS3\X360 e que se torna ainda mais impressionante nos PCs.


Jogabildade: 4\5
James não foi treinado para as situações apresentadas em Silent Hill, por tanto, lembre-se que aqui você é tão humano e normal quanto. Não espere que ele bata com uma arma-branca de forma precisa e correta, que atire de forma perfeita, ou se esquive de golpes como um Ninja nato.
Lembre-se também que correr é algo que deve ser feito de forma cautelosa, pois James se cansa, e cedo ou tarde você pode precisar dessa função em momentos mais tensos e perigosos.

A jogabilidade no geral funciona da mesma maneira que no primeiro SH ou seja, você utiliza um controle tanque para movimentar-se pelos cenários, explicando de maneira mais leiga: ao pressionar Cima, o seu personagem irá caminhar para a direção em que está virado, já ao pressionar Esquerda ou Direita, você rotaciona ele em seu atual eixo. O esquema é funcional, e de certa forma dificulta, porém mantêm o fator tensão em certos momentos. James pode Armar e em seguida Atacar de acordo com a arma equipada; Correr por um tempo determinado; Checar e Ler objetos; Empurrar objetos e só, bem simples, mas ao mesmo tempo eficiente.

Muitos criticam o esquema de jogabilidade, porém fazem isso sem pensar o que o jogo poderia ser se não se utilizasse dele: um jogo de ação. Por tanto, a única coisa que tenho a reclamar de SH2 é a sua câmera, que digo logo, adoro, porém achei muito "lenta" nos reposicionamentos e em certas tomadas em movimentos. Em algumas partes do jogo, quando James está correndo a camera se posiciona a sua frente muito lentamente, sendo necessário ajusta-la para evitar ataques fatais. Do resto, é perfeito!


Música: 5\5
SH2 trouxe uma ótima composição de trilha sonora, mostrando que a KONAMI não estava 
brincando em serviço com o desenvolvimento do jogo. As musicas compostas pelo eterno compositor da série, Akira Yamaoka, são exemplares, e tiram de letra sem dúvidas.
A forma e os momentos que as composições são tocadas ajudam e muito ao jogo apresentar o clima necessário. Há momentos de calma em que do nada a música fica tensa, e você acaba ficando em posição de defesa, para descobrir que tudo não passava de um alarme falso. E há momentos que inesperavelmente a musica explode e ajuda a te assustar com a aparição repentina de algum inimigo. Ótimo trabalho KONAMI!

Gran Finale!
SH2 é uma verdadeira continuação exemplar. Apresentou tudo que SH tinha de melhor, só que de forma melhorada e evoluída. Um enrendo bem escrito e coeso,Músicas bem trabalhadas, Jogabilidade refinada e adaptavel, e gráficos além de sua época fazem desse um dos melhores Silent Hills feitos até hoje! Que venha os Piramid Heads!

Nota Final: 4\5
Obrigatório!